Todos falam que estamos destruindo o meio ambiente, que a Terra está em perigo, já estamos em busca de outro planeta para viver, que mundo vamos deixar para os nossos filhos... Não sei se já deu pra perceber, mas somos nós que estamos em perigo de extinção, os seres humanos. E não estou falando da espécie necessariamente.
Falta muito de humano nesses seres que andam rastejando por aí. Falta muito de divino nessas criaturas. Há escassez de amor entre nós. Estamos, no final das contas, extinguindo nossa alma, o que nos diferencia de todos os demais seres existentes.
Outro dia li que as crianças de hoje nascem com muito mais contato com sua transcendência que as crianças de tempos atrás. Mas outro fato aterrador me consternou: ao mesmo tempo, nunca tivemos pais tão perdidos na vida e tão destrutivos na relação. Eles arrancam com seus próprios dentes toda essa vantagem de fábrica que a criança vem, destroçando suas capacidades de amar, sonhar, pensar, e implantando as capacidades de consumir, limitar, destruir.
Daí é que percebemos essa involução da espécie, que teima em repetir os mesmos erros e ignorar quaisquer traços de mudança, pois não pode se sentir inferior ao outro que vem depois. Principalmente crianças, esse seres relegados ao status de "páginas em branco", "filhotes desprotegidos", ou ainda "os que têm muito para aprender".
Talvez se nos recolhemos a insignificância de que somos todos iguais, e o que nos difere delas é simplesmente mais tempo passado de açoites e safanões, entendamos que são elas que nos lembram que a vida não precisa ser tão complicada, que o amor é a linguagem universal, e que sonhar é a melhor forma de chegarmos mais perto de nós mesmos.
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