"Estas ponderações aparecem raramente no atual debate (sobre a crise). Predomina o tema da extensão da crise, dos índices da recessão e do nível de desemprego. Neste campo os piores conselheiros são os economistas, especialmente os ministrosda Fazenda. Eles são reféns de um tipo de razão que os cega para estas questões vitais. Há que se ouvir os pensadores e os que ainda amam a vida e cuidam da Terra."
Leonardo Boff
Parece só haver um tema pra se falar hoje em dia. Confesso que, para alguém que preza sua integridade enquanto pessoa que tem esperança na humanidade, fica um pouco mais desafiante ser otimista. Não o bobo alegre da turma, mas uma criatura que entende que "este é o fim do mundo como o conhecemos. (R.E.M.)"
E qual o grande problema disso? Falei sobre mudanças nos texto anterior, e como tememo-as. Mas creio que o buraco, neste caso, é um pouco mais em cima, do lado esquerdo mais especificamente. Sim, há um buraco nessa cavidade toráxica que foi preenchido com $$$$.
Há algo vital nisso daí: não há calor humano. O que não tem calor, não tem vida pulsante. Onde não há vida, não há como enxergar que existe vida à volta, na frente, bem debaixo do seu nariz.
Como reconhecer então que nós, humanos, estamos em sérios apuros, que nossa espécie está ameaçada de extinção, se o dinheiro não reconhece o que é humano? $ é feito de papel, metal, plático, ou no caso atual, somente como bits num computador.
Dizem que estamos passando por um problema grave de confiança. Como acreditar em algo que nem existe? Todos sabem que $ virtual não é real. Então nossa sociedade está baseada em que? No vácuo do espaço "ciberal"?
Estou com o Boff e não abro: confio nos que amam a vida, e cuidam da Terra. Confio no amor ao próximo, e no cuidado das relações. Confio no amor a si mesmo, e no cuidar de sua própria essência.
2 comentários:
Dinheiro e sentimentos...
Viver em uma comunidade alternativa ou trabalhar na bolsa de valores... Dicotomia é sempre foda, mas nos criamos e fomos criados pensando dessa forma. De fato uma coisa não é um só coisa nem outra, mas uma infinidade de coisas misturadas... Logo não precisamos viver "monocotômicamente". Fazemos escolhas, mas muitas vezes sem nos dar conta de quantas infinidades nos levam a tomar decisão. Ai podemos chegar em um ponto onde um incômodo amorfo, sem definição somente nos faz mal.
Quero dinheiro, lógico que quero... Mas quero muito mais sentimentos... Viver diversos sentimentos, das mais nuances possíveis, seja descer de montanha russa mais rápida até assistir um bom drama!! Ultimamente estou vivendo para meu trabalho, querendo fazer outras tantas coisas... Mas como meu trabalho lida com cuidados de pessoas, me sinto obrigado a me dedica mais de 100% nisso. Contudo isso tem me produzido muita ansiedade e sofrimento... Não estava vendo saídas, mas agora vejo uma rachadura nessa forma cristalizada que assumi. Trabalherei dedicadamente até que isso não me prejudique por mais que muitas coisas fiquem sem fazer, afinal como diria um médico de uma amiga minha "A última que conheci que queria salvar o mundo, morreu na fogueira" referindo-se a Joana D'ark.
Enfim... Aceitar as mudanças que estão por vir e não se "encistas" rigidamente.
O mais maluco de tudo é porque, justamente porque trabalhamos pelas pessoas, não percebemos o quanto estamos amarrados no mesmo sistema que massacra essas mesmas pessoas.
Será que é por dentro ou por fora que conseguiremos mudá-lo? Será que essa Crise da Consciência está fazendo esse papel pelos dois lados? Qual é nosso papel, enquanto seres questionadores, nesse Ponto de Mutação? Será que somos X-men, e quando assumimos nossa verdadeira identidade, os "humanos normais" nos perseguem e criam mecanismos de controle e destruição? Será que a "destruição da Matrix" não simplesmente um controle planejado pelo próprio sistema?
Será que eu assisto TV demais? :oP
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