segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Tudo está bem no meu mundo.

"A autocrítica nos tranca dentro do padrão que estamos tentando modificar. Lembre-se, você esteve se criticando por anos e não deu certo. Tente se aprovar e veja o que acontece".

Louise Hay

"O Desapego nos dará a habilidade de ver através das ilusões, e reconhecer a lição oferecida pelos desafios da vida".
Angel

"Cada vez mais, não é só uma questão de errar, corrigir o erro e aprender com ele. Agora a palavra de ordem é prevenir o erro, para que não se repitam os olhares perdidos, os rostos esvaziados, o choro inconsolável, a desesperança e as mortes..."
Marina Silva

E o que três frases aparentemente desconectadas umas das outras estão fazendo juntas no mesmo espaço?
A primeira é tão individual, está tão voltada para uma autodescoberta.
A segunda diz justamente de superar nosso próprio ego, enxergando algo além de si mesmo.
A terceira marca um coletivo que sofre pelos erros do próprio coletivo.
Como todas podem falar da mesma coisa?
Todas falam do como da vida.
Como enxergá-la, como percebê-la, como encará-la.
Todas falam do apego. Como nos escoramos na nossa própria autocomiseração, nos justificamos com o destino, nos lamentamos pelo que nem percebemos que fizemos.
O apego é a ignorância de si mesmo, a negação da própria existência. O apego é o fazer da mesma forma, é o faz-de-conta, é o fingir que não vê o que acontece.
Vejo em mim o apego ao conforto do meu carro que corriqueiramente me carrega solitária para lá e para cá. Vejo em mim o apego à dor da perda que constantemente resgato para dar sentido ao vazio que sinto. Vejo em mim o apego à aparência que frequentemente revela que eu quero a atenção do mundo inteiro. Vejo em mim o apego aos gurus em que periodicamente recorro como um ponto de conforto dos meus erros que não quero reconhecer. Vejo em mim o apego ao passado com que quase sempre justifico minhas atitudes. Vejo em mim o apego ao futuro com o que volta e meia justifico minhas omissões.
Vejo em mim a aversão em ver tudo isso em mim.
Vejo em mim todos os seres humanos.
Vejo em mim o todo.
Vejo que é em mim que habita a responsabilidade e a possibilidade de tudo na vida em que habito.

Um comentário:

Unknown disse...

Auto-crítica...
Lendo essa primeira frase, realmente senti como é algo aprisionador... Movimentos vão ocorrendo em nossas vidas... Mudanças... Ventos... Ondas mas a auto-crítica nos faz sempre permanecer no mesmo caminho já traçado, permanecer na inércia do movimento retilínio uniforme... na mesma velocidade e na mesma reta... UFA!!! Permanecer igual dá até um sufoco...
Por outro lado será possível viver na mudança constante... Pegar carona em qualquer brisa que passe a nossa frente?! Por que não? Porque aprendemos que temos que seguir um caminho... Temos que planejar nossa vida e seguir nosso planejamento e se algo ocorrer reorganizamos para voltar à rota inicial...
Por que não viver ao sabor do vento?! Porque também queremos nosso conforto, porque também queremos certezas, porque a mudança constante nos dá a sensação de perda de referências... A mudança constante me faria ficar tonto e desmaiar...

Pra variar chegamos em extremos: a permanência e a imanência... Receitar de bolo... Apesar de tentador sempre queremos nossas certezas... Apesar de acharmos que sempre a encontraremos, não sentimos no corpo ela não existe!!! Fomos formados e criados para achar certezas absolutas e daí de repente querer viver de relatividades realmente me fará desmaiar.

Acho, porém, que estou precisando de um pouco mais de mudanças, um pouco mais de movimento na vida... Entregar-me mais aos movimentos em que já estou sem perceber, mas que a autocrítica me impede de continuar e me faz a seguir para a rota original... Mas aí vêm tantas preocupações... O que vai acontecer? Onde vai dar? Pra piorar nos baseamos em sofrimentos passados e tentamos evita-los ao máximo, utilizando da auto-crítica como resistência protetora de sofrimentos... Aí sofremos cada vez mais...
Dilemas atuais: continuar em um trabalho que me causa sofrimento ou enfrentar o medo de sair dele sem nada em vista e correr o risco de ficar mais 6 meses desempregado?!

Ceder à comodidade ou sair da zona de conforto? E será que dá para sair da comodidade dentro do espaço que já estou? Às vezes também queremos sair de um ambiente por causar certo incômodo a nós e nem nos percebemos como estamos cegos diante do que está colocado a nossa frente...

Apego ao nosso sofrimento... Apego à nossa forma de vida que nos faz sofrer da mesma forma, pois com ela já estamos acostumado e evitamos o novo... o que está por vir... É mais fácil enfrentar o dragão que já conhecemos do que os milhares que imaginamos que possam vir nos atacar... O curioso é que como é imaginação provavelmente eles nunca virão... E nós com medo, permanecemos nos mesmo...

Enfim... escrevi esses parágrafos pela forma catártica... Nem sei se fazem sentido se estão desconexos... Mas não estou afim de retornar e ler a ladainha que se repete ciclicamente na minha cabeça por essas épocas....